O ÚLTIMO EXORCISMO: PARTE II. Com um título minimamente incoerente, esta produção segue a risca a fórmula de sustos com jogo de detetive. Atores desinteressantes, enredo preguiçoso e efeitos comeditos, podem decepcionar até o público mais ávido do gênero. Dessa vez, nada de padres, mas sim, galinha e sal compõe um ritual de "exorcismo" atípico e incoerente. Nem a trilha sonora, tão marcante em filmes de terror, consegue se sobressair. Mesmo assim, assusta um pouco. Só um pouco e risos, esses sim serão mais frequentes durante a projeção. Se eu demorasse mais uns dois dias já teria esquecido esse filme.

Estrelas: +
Nota: 2

Vale a leitura: Não   

ELENA. É raro nos depararmos com produções nacionais que realmente ousam na narrativa, nas imagens e na direção. Petra Costa mescla imagens ao som de sua própria voz como narradora levando lirismo e sensibilidade às telas. Apesar de ser um filme com cara de cinema autoral, basta dizer que em quase uma hora e meia de projeção, provavelmente apenas uns 2 minutos possuem um diálogo convencional, é acessível à todos e de fácil entendimento. A vida é uma sucessão de situações inesperadas e nem sempre sabemos como costurar os retalhos, partes se desprendem e a colcha se desfaz. Pena que em tempos quando o "Homem de Ferro 3" ocupa mais da metade de todas as salas do país, filmes como esse acabam passando desapercebidos.

Estrelas: ++++
Nota: 8

Vale a leitura: Sim

MAMA. Dirigido por Andres Muschietti e com dedos de Guillermo Del Toro, Mama é o mesmo do mesmo, com um pouco mais do mesmo, só que bem feito. É sempre bom ter uma produção de terror em cartaz para dar opção ao público que aprecia o gênero. Enredo nonsense, sei que terror não precisa ter sentido realista, mas as ações que impulsionam a narrativa vão muito além do aceitável. Como acerto, tem uma edição e trilha sonora muito bem afiadas, assim como os efeitos especiais. O bem e o mal se misturam, erros acontecem mas não justificam certas ações e o nó, é sempre difícil de desatar. Risadas e sustos são esperados e vale mesmo somente para os fans de terror.

Estrelas: ++
Nota: 4

Vale a leitura: Sim

ANNA KARENINA. Filme de época com atores consagrados como Jude law e Keira Knightley, surpreende pelo belo figurino da Jacqueline Durran e a direção inteligente de Joe Wrigth. Mesmo tendo todos os ingredientes para ser uma produção arrastada nas telas, se destaca ao brincar com o tempo e espaço e mesclar a linguagem cinematográfica à teatral de forma primorosa. Fuga de cena para a coxia pelos atores, enquadramentos e cenários na "caixa" teatral mesclados com belas imagens externas. No mais, fica na zona de conforto. Ingredientes como o amor, fidelidade, responsabilidade, liberdade, compreensão e o desespero se misturam nesse filme que merecia melhor sorte nas bilheterias.

Estrelas: +++
Nota: 7

Vale a leitura: Sim

O  LADO BOM DA VIDA. Do diretor David O. Russell que adaptou o livro pouco conhecido de Matthel Quick, o filme tem como narrativa principal os encontros e desencontros de pessoas que não souberam como lidar com suas perdas. Com ótima atuação de Robert De Niro e indicado para 8 Oscars, essa produção se sustenta distanciando as realidades das personagens para facilitar abordagens mais duras e inquietantes, mantendo sempre certa proximidade para assegurar a identificação do público. É um drama com bom humor, soluções fáceis e inverossímeis. Se não fosse a boa direção, as atuações, a trilha do aclamado Danny Elfman e mais alguns detalhes, passaria sem ser percebido. Se precisasse resumir em uma única palavra, eu diria "fofo", mais nada.   

Estrelas: +++
Nota: 6

Vale a leitura: Sim 

JOÃO E MARIA: CAÇADORES DE BRUXAS. Esse é um daqueles filmes que não se deve esperar nada além de muita ação, sangue e o besteirol de sempre. Confeço que em 3D como no IMAX pode até ficar interessante, mas nada mais do que isso. Muito pesado para crianças e muito bobo para adultos, mais sucinta risadas pelo exagero do que qualquer outra coisa. Em tempos de apostas certas dos grandes estúdios, usar uma fábula para atrair a atenção numa produção, que nada mais é do que efeitos visuais como fim e não como meio,  certamente é errar na dose. Para quem gosta de ação e terror, pode até valer o ingresso, ainda acho que a pipoca vai ser o melhor atrativo.

Estrelas: ++
Nota: 3

Vale a leitura: Sim

LINCOLN. Mais um show de Daniel Day-Lewis e, com mais acertos do que maneirismos hollywoodianos, Steven Spilberg dirige um drama com cara de biográfico sobre momentos importantes do aclamado presidente Abraham Lincoln. Com a estatura aumentada na tela, Lewis conduz uma narrativa sombria de relações humanas, política e superações pessoais. Assuntos como o preconceito racial e manobras políticas inevitavelmente nos induzem a uma reflexão sobre nossas ações em pleno século 21. Vale tanto como visão de registro da história, como por suas aplicações e soluções nos dias atuais. Importante também ressaltar a bela atuação de Sally field. Simplesmente ótimo, certamente necessário e espantosamente atual.  

Estrelas: ++++
Nota: 8

Vale a leitura: Sim